segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Nota da ANEL BAIXADA sobre a tragédia de Xerém

O dia 03 de janeiro vai ficar marcado na memória dos moradores de Xerém , em Duque de Caxias. Isso porque uma chuva forte provocou uma enchente sem precedentes na história do distrito que em alguns lugares chegou a mais de 3 metros, obrigando a população a deixar suas casas de madrugada. Com mais de mil desabrigados e 3 mortos oficialmente, a enchente que levou embora os sonhos de muitos trabalhadores, não foi causada só por motivos naturais pois a maior responsabilidade é dos governantes que não investem em programas contra enchentes.
Conversando com moradores fomos informados de que ano após ano crescem as áreas desmatadas no entorno do rio e que existe prática de extração de palmito no local, o que com certeza facilitou a enchurrada, que ganhou mais força para levar o que tinha a frente. Estes fatores aliados a situação calamitosa de não recolhimento do lixo promovida pelo ex-prefeito Zito, deixaram uma herança maldita para cidade. Ou seja, a enchurrada não seria tão trágica se houvesse o devido planejamento ambiental e urbano, cuidando dos rios e de suas margens, e também do descaso do poder público com as promessas de programas habitacionais.
É fato constatado que todos os anos o Rio é acometido por chuvas fortes que já provocaram desastres na Região Serrana, Niterói, Angra dos Reis, Baixada, e que por negligência dos governos as chuvas tomaram proporções arrasadoras, principalmente em locais mais pobres, demostrando mais uma vez que o risco de vida da população pobre não é preocupante para estes governos.
Apesar de Xerém ter recebido a presença e o apelo de Cabral, Cardoso e outros políticos da burguesia, os moradores não precisam das suas promessas e sim de ajuda real, com um plano de obras públicas para saneamento básico, canalização e limpeza dos rios, além uma política habitacional que ofereça casas para os desabrigados com segurança e conforto. Os governos estadual municpal e federal precisam oferecer assistencia médica para toda população com vacinas gratuitas, e obras para contenção das chuvas torrenciais. Alexandre Cardoso precisa definir quando irá pagar o aluguel social prometido, pois a população mais pobre necessita para agora.
Por isto, nós da ANEL, apoiamos e impulsionamos as campanhas de solidariedade doações de alimentos, roupas, produtos de higiene pessoal e limpeza feitas pelos movimentos sociais a Xerém.

Um comentário:

  1. Nota da executiva nacional da ANEL:

    Rio de Janeiro mais uma vez é palco de tragédias

    Há dois anos ocorreu a tragédia da região serrana que repercutiu internacionalmente, deixando centenas de mortos e milhares de desabrigados. Este ano acaba de se iniciar e já temos a repetição de momentos trágicos, a região serrana é afetada mais uma vez assim como Angra dos reis, mas dessa é a região da Baixada Fluminense é que protagoniza os mais tristes fatos.
    Os municípios mais afetados são os de Belford Roxo e Duque de Caxias, onde está localizado o bairro de Xerém, que tem partes onde sequer se consegue entrar. Ou seja, é impossível saber o número de mortos ou desabrigados. Até agora as informações oficiais dão conta de quase 5 mil desabrigados, 3 mortos e alguns desaparecidos, mas moradores da região dizem que o número de mortos é muito maior.
    Autoridades dizem que isso foi uma fatalidade, causada por uma enxurrada que passou levando tudo o que havia pela frente. Mas a verdade é que, mais uma vez, tentam se eximir da culpa, aqueles que durante todo o ano nada fazem pela cidade, Duque de Caxias completou três meses sem recolhimento de lixo. Imaginem três meses de acúmulo de lixo pelas ruas da cidade, entupindo bueiros e assoreando rios.
    Outra coisa que notamos é a pequena atenção que a mídia tem dado a tragédia, afinal a Baixada Fluminense é composta dos municípios mais pobres do estado do Rio de Janeiro, o fato que ganhou mais destaque foi a ajuda prestada por Zeca Pagodinho, que abriu seu sítio, localizado em Xerém, para receber desabrigados. Uma ação que merece aplausos, mas não era necessário todo esse destaque que só serve para desviar a atenção da população.
    A mídia segue uma lógica um tanto controversa. Quando políticos roubam, pouco se fala, mas quando alguém faz um gesto humano, dá-se o maior destaque possível. A mídia fala da ajuda prestada por Zeca, mas não fala dos culpados pela tragédia. Culpados sim, pois se esta não poderia ser evitada, temos a certeza de que poderia ser minimizada. A mídia hoje não passa de um braço do governo. Não vê, não ouve e não fala, a não ser quando é do seu interesse, ou seja, o que faz é prestar um desserviço a população.
    Começamos falando que a tragédia da região serrana completou dois anos, e que desta vez a região não foi tão atingida. Mas não existem motivos para comerar. Dois anos se passaram e nem uma casa foi construída para as famílias que perderam tudo, apesar dos repasses de verba do governo federal com essa finalidade.
    Não podemos permitir que na Baixada Fluminense aconteça o mesmo. Que os governantes sejam punidos pelas tragédias.
    A ANEL junto com a CSP-Conlutas está organizando arrecadação de alimentos, roupas, produtos de limpeza e água, para destinarmos as pessoas que foram vítimas. Vitimas do descaso das autoridades. Até quando?

    ResponderExcluir